Mídia Office | Dalton Pastore fala sobre primeiro ano como presidente da ESPM
797
post-template-default,single,single-post,postid-797,single-format-standard,qode-quick-links-1.0,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-content-sidebar-responsive,qode-theme-ver-11.0,qode-theme-bridge,wpb-js-composer js-comp-ver-5.1.1,vc_responsive
 

Dalton Pastore fala sobre primeiro ano como presidente da ESPM

Dalton Pastore fala sobre primeiro ano como presidente da ESPM

O publicitário Dalton Pastore completou o seu primeiro ano de gestão como presidente da Escola Superior de Propaganda (ESPM). Em conversa com o Adnews, ele destacou sua visão sobre o ensino acadêmico espelhada na experiência americana e a forma como tem realizado ajustes internos na ESPM, buscando a excelência do ensino no Brasil. Pastore iniciou sua carreira na então agência Ogilvy&Mather como redator e planejador. Mais tarde chegou ao posto de presidente da mesma agência.

Depois dirigiu a Editora Abril na Argentina e também atuou como diretor geral de publicidade do Grupo Abril. Fundou a agência Carillo Pastore/Eurorscg, que se destacou entre as que mais cresceram durante uma década. Como liderança do setor, Dalton presidiu a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) durante três gestões e foi responsável pela organização do IV Congresso Brasileiro de Comunicação, além de ter articulado um movimento junto ao governo no sentido de estabelecer novas regras para a propaganda.

Com essa história pessoal ligada à indústria da comunicação, o cargo de presidente da ESPM foi uma escolha natural. Eis o diálogo com o Adnews:

Como você interpreta mais essa experiência em sua carreira profissional? Dá para fazer um balanço desse primeiro ano de gestão?

É uma experiência fenomenal porque vem completar e coroar a minha vida profissional. Viver no meio acadêmico agrega saber fundamental, especialmente nos dias de hoje – há sempre a exigência para somar novos conhecimentos e esse desafio é muito enriquecedor.

Como você foi escolhido? Ou, o melhor: como se deu a sua chegada na ESPM?

Fui convidado para assumir a ESPM com um ano de antecedência, então, tive tempo para me preparar. Estava morando nos Estados Unidos e aproveitei para conhecer o universo acadêmico de lá. Visitei escolas americanas, mantive contato com diretores e coordenadores de diversos estabelecimentos de ensino, participei de cursos – presencial e online. Quando assumi a presidência da ESPM já estava com uma boa bagagem de conhecimento e preparado. Dessa forma, a integração foi mais fácil.

Só um detalhe: dá para fazer uma analogia entre a vida acadêmica americana com a brasileira?

O fato é que quando pretendemos realizar algo, temos que observar o que já foi feito com sucesso. O PIB nos Estados Unidos é mais de dez vezes maior do que o nosso. Independentemente de gostarmos ou não, os Estados Unidos são um modelo a ser seguido, no mínimo servir como referência. Os americanos fazem as coisas com muita competência, principalmente no que diz respeito ao ensino superior. O país foi colonizado na mesma época do Brasil; temos a mesma idade em termos de nação; a extensão territorial é relativamente a mesma, excluindo-se regiões congeladas e desérticas. No entanto, eles têm PIB muitas vezes superior ao nosso e uma sociedade bem mais estável. Isso deve-se à educação, a um ensino de excelência. É nisso que o Brasil precisa focar.

Como você pretende transferir esses conhecimentos para a ESPM?

A ESPM tem dois principais objetivos que são excelência acadêmica e a perenidade. Vou trabalhar para que a entidade seja a melhor escola do mundo nas nossas áreas de atuação e quero que essa marca seja para sempre, perene. Tudo que está relacionado com excelência e perenidade está recebendo a minha atenção.

Nesse primeiro ano de sua gestão você já promoveu mudanças? Quais?

Algumas reestruturações já foram realizadas no sentido de fazer com que a ESPM seja mais leve, mais ágil, justamente para que seus alunos possam aproveitar integralmente os novos conhecimentos. As metas e posicionamentos foram amplamente discutidos com todos os seus membros. Encontra-se em curso o contínuo de treinamento de professores, além de adoção de suporte tecnológico para diversas disciplinas. A escola conta hoje com amplos espaços de convívio e que abriga ainda de forma adequada nossos alunos. Enfim, a ESPM é a escola mais bem equipada do Brasil. Agora na área da educação o ritmo é diferente. Quando se planeja um novo curso, demora alguns anos para se obter o resultado. A proposta é encaminhada ao Ministério da Educação, que por sua vez demora mais alguns anos para analisar e aprovar o currículo. Só depois de, ao menos cinco anos, saber se o resultado da proposta do curso se alinha com o Ministério da Educação. Muitas das minhas propostas que estão sendo introduzidas agora, talvez sejam concluídas por outro presidente.

Nos últimos anos são observadas mudanças radicais nas mais diferentes atividades humanas. Como você enxerga essas mudanças e como se deve fazer para transferir essa realidade aos alunos?

A conduta é trabalhar com uma visão ampla de presente e futuro, até porque a ESPM não é apenas um estabelecimento de ensino de propaganda. É muito mais. A escola está em todas as áreas da indústria da comunicação, do empreendedorismo, da administração, da consciência do consumo, psicologia do consumo, jornalismo, design e relações internacionais corporativas. Então, na academia há toda a liberdade de se desbravar novos caminhos. Isso é que me empolga e me faz acreditar cada vez mais em resultados da melhor qualidade.

Dentre as inovações há uma relacionada com busca de parceiros, patrocinadores, ou mecenas para se juntar aos novos projetos da ESPM. Explique melhor essa iniciativa.

É verdade, aliás, essa busca de parceiros que possam colaborar financeiramente com a ESPM é uma das coisas que aprendi com os americanos. Não existe país desenvolvido sem escola de excelência. Não existe escola de excelência sem seleção de alunos. E por via de consequência, não existe seleção de alunos sem bolsa de estudo, que por sua vez exige patrocínio ou doação. Essa condição existe para se evitar que gênios ou talentos sejam ignorados por falta de oportunidade. Há necessidade de se mudar essa realidade para que possamos deixar a situação de país subdesenvolvido. Só me conscientizei disso quando estudei nos Estados Unidos, se não também não saberia.

 

Fonte